terça-feira, 28 de abril de 2009

Coragem x Mudança


Um devia mudar por amor – mas não teve coragem para enfrentar a mudança -, outros, mudaram por amizade, alguns por obrigação, mas a maioria, pelo vazio que essa pessoa deixou quando mudou de escola. Pouco a pouco as pessoas foram atrás, até sobrarem muito poucas, entre essas poucas estou eu.
Sem nem avisar, ela deu um abraço de despedida no amado, um beijo no rosto da amiga, um beijo e um abraço em sua quase irmã, dizendo que iriam se encontrar em breve, a amiga e a quase irmã fizeram piada, sem saber que aquela seria a ultima vez que veriam sua amiga passar por aquela porta de vidro da entrada da escola verde e preta.
A irmã dá uma última olhada para a porta – e ao seu lado estou eu, com os olhos fixos no vidro-, que já não mostra mais a figura de amizade em carne e osso, mas sim seu reflexo, ela já do lado de fora da escola, entrando no carro e partindo, sem nunca mais voltar, sem avisar nem me beijar. Eu, que amava-a como ela me amava, esperava vê-la dali dois dias, mas não a encontrei na segunda-feira, na terça-feira ela faltou, e os dias foram se passando e percebi que ela não voltaria a alegrar minhas manhãs, não sorriria para mim durante a aula, e não gritaria por mim quando algo a deixasse feliz. Isso tinha acabado para mim, mas talvez outro sortudo conquistasse o seu olhar, o seu sorriso e o seu caminhar... Quem sabe.
Eu não permitiria, mesmo sem forças nem coragem. Eu me arriscava a cada segunda só para tê-la novamente, para olhá-la de novo, abraça-la mais forte e beija-la uma última vez, antes de me notarem. Isso mesmo, estava invadindo sua nova escola. Mas eu buscava a coragem em seu olhar esverdeado e profundo, sincero e brincalhão. Só queria ver seu rosto, seus lábios sorrindo e pronunciando meu nome com alívio, era o que eu queria, e apenas isso. Era tudo e apenas o que eu veria naquela manhã ensolarada.

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