Apesar de ter tudo para dar certo, meu conto de fadas não teve um final feliz. Foi lido de trás para frente por alguém que não soube folhear corretamente as páginas do grande livro de contos da minha vida.
O príncipe encantado que fazia parte da maioria de minhas histórias abandonou-me no castelo e suspeito ter me trocado por outra que ele dizia ser mais bela ou mais atraente.
Chegou em nosso lar com um sorriso que me fez sentir a dor de um coração partido, do falso amor que ele me deu e que eu não queria mais em minha vida, nunca mais.O que meu coração não iria aceitar jamais daqui para frente era ver aquele olhar que em meus olhos foi tão desejado, olhando para a outra garota, que parada na frente dos grandes portões que protegiam minha casa falava para ele as palavras que toda noite, escondida do mundo, saiam da minha boca, fluentemente, como um discurso decorado. O que eu não sabia é que era só amor. O mesmo discurso de amor, que em todas as partes do mundo significam a mesma coisa, sempre, até o sempre acabar....
A partir daquela noite, a história de terror se iniciou, e o castelo já não tinha mais o brilho costumeiro. Minhas flores murchavam cada vez mais enquanto nossos desentendimentos e brigas se tornavam mais frequentes. Minha nossa! E agora, o que fazer? Eu que achava que a vida era perfeita... Aquele turbilhão de emoções que brotavam em meu peito pareciam como plantas carnívoras, que iam me corroendo de pouquinho em pouquinho, até mal restar meu espírito, e a alma que foi incondicionalmente capaz de amar, amar quem não amava, de expressar seus sentimentos por meio de palavras, que jamais puderam ser pronunciadas à quem não merecia ouvi-las.
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